Um instrumento muito difícil de se tocar, você pressiona um botão abrindo o fole soa uma nota, pressionando o mesmo botão fechando o fole soa outra nota, pra quem entende um pouco de gaita de boca é a mesma dinâmica. Além disso o instrumento tinha pouco recurso de escala, apenas duas, a de sol e sua relativa. Mesmo com essa dificuldade, eu tocava umas musiquinhas, mas queria me aprofundar, queria tocar mais, até que encontrei um cara que tinha uma igual e tocava mais ou menos (desde pequeno eu já sabia quando alguém tocava mais ou menos, KKKK). Esse cara não sabia ensinar, então ele disse que eu deveria aprender a tocar outro instrumento, aprender escalas para então aprender a tocar gaita. Daí me injuriei um pouco, pois não tinha acesso a outro instrumento fiquei uns dois anos "lutando" com aquela gaita, até que meu finado Tio Roberto conhecido como Tio Nego me emprestou um violão, daí comecei a estudar o violão, sozinho mesmo, comprando revistas, não tinha YouTube nem Cifra Club na época, logo comecei a tocar umas músicas sertanejas, uns pop rock e fui gostando daquilo, logo ganhei um violão e fui me aprofundando, comecei a tocar em programações na escola, e quanto tinha 13 anos já estava tocando em uma banda que tocava na igreja católica. Daí ganhei um guitarra, e nem me interessei mais pela Gaita. Até que um belo dia apareceu lá em casa um teclado, acho até que era de brinquedo, e comecei a estudar aquilo. Como eu já dominava as escalas maiores, fui convertendo para as teclas, de ouvido aprendi qual era a nota Dó, o restante foi um abraço. Sei que me encantei pelas teclas, era muito mais fácil, tinha apenas cinco escalas de Dó, doze a menos que na guitarra. Desse ponto em diante foi tudo muito rápido, ganhei um teclado melhor, mas ainda tocava violão e guitarra na igreja, e em casa estudava teclado. Aos 17 fui sondado por uma banda que fazia shows, casamentos, e aconteceu o convite para tocar nessa banda, sei que fiquei uns quatro meses ensaiando e aprendendo com os caras, quando completei 18 comecei a tocar, daí não parei mais. Daí fiz umas aulas de teclado para me aprofundar, tentei tirar a carteira de música, mas fiquei no solfejo (meu calcanhar de Aquiles). Sei que parei de estudar um pouco, pois na dava tempo, era muito música para aprender a tocar, muitas apresentações, fui aprendendo na marra mesmo e fui evoluindo mesmo assim. Começaram os convites de outras bandas, mas eu nunca me achei digno de tocar com caras que tocavam a muito tempo, eu me achava muito inferior e tinha medo mesmo de tocar com eles, esses caras são feras. Um belo dia a banda acabou, muitas brigas, começou a entrar muito dinheiro e isso gerou uma queda de braço entre os sócios até que não deu mais para convivermos. Daí fiquei parado como músico, mas sempre estudando. Até que conheci a igreja adventista, onde não tinha música instrumental, mas onde tinha um povo que cantava muito, sei que fiquei esperando uma brecha para voltar a tocar, demorou um pouco, mas consegui. Hoje faz uns 6 ou 7 anos que toco com o pessoal da igreja, tocamos festivais, ganhamos até prêmios no Femuda, depois comecei a tocar com o Pastor Moises, com o Coral e hoje com as bandas que existem na igreja. O que mais me impressiona é que nesses 6 ou 7 anos, foi o período que mais aprendi música na minha vida, mesmo na época onde a música era minha fonte de renda eu não estudava tanto. Sempre estou buscando materiais, sempre entrando em contato com pessoas que sabem mais do que eu. Concluo que quando você quer fazer pra Deus, as coisas se tornam mais fáceis, e por isso quero aprender mais, fazer cada vez melhor.
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